sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A teoria de Pavlov


Serve esta história para mostrar como é que, por vezes, ao pensar que estamos a educar os homens, eles conseguem a proeza de utilizar o conhecimento adquirido e transformá-lo no resultado mais estapafúrdio que conseguirem imaginar. Senão vejamos...

Lá em casa, o meu homem tem apenas destinadas - até ver - duas míseras tarefas: meter a loiça na máquina e estender a roupa. Posso até dizer que as desempenha com bastante perícia, sobretudo se considerarmos que aprendeu rapidamente o sítio certo onde colocar as molas (detalhe que, como sabeis, distingue os bons dos maus estendedores de roupa).

Ora bem, ontem à noite, excepcionalmente, deixei roupa suja dentro da máquina, pois não tinha peças suficientes para a encher. Qual o meu espanto quando, esta manhã, vejo a roupa toda estendidinha, com as molinhas milimetricamente colocadas nas costuras, tal e qual como o ensinei: meinha com meinha, cuequinha, com cuequinha, roupa de cor do avesso e por aí adiante... Tudo estaria perfeito, não fosse dar-se o caso da roupa estar... suja.

Pois isto é revelador de uma descoberta que, estou certa, ficará nos anais da História. Preparadas? Pois é, ficam aqui a saber, em primeiríssima mão, que a teoria de Pavlov também se aplica aos homens. Portanto, neste caso, no lugar de existir uma campainha, para o meu homem, "roupa dentro da máquina" é sinónimo de "roupa a estender rapidamente antes que ela me venha f&%$#" a cabeça". Bem ensinado, sim senhor, não fosse o pequeno pormenor de estar tudo bafiento e cheio de nódoas.  

Por hoje é tudo. Agora vou ali esmerar-me para descobrir uma técnica que o convença a associar "salário ao fim do mês" com "oferecer vales da Zara à minha mulher".