Parece que o meu pai foi ao zoológico da minha irmã, quer dizer, a casa da minha irmã para consertar não sei bem o quê. Sucede que ao prender o cão - um animal capaz de mandar abaixo, em três tempos, um caterpiller carregadinho de chumbo -, não reparou na distância a que ele se encontrava dos desgraçados dos coelhos domésticos que ali pululam. Vai daí, a Clotilde teve o mesmo destino que o hamster Alfredo, aqui há uns meses atrás. Isto é, acabou num saco do Continente que, religiosamente, e cada vez com maior frequência, a minha irmã despeja no lixo, sem dó nem piedade.
Ora esta história além de me deixar os nervos em franja, ainda me preocupa mais porque ontem foi o hamster, hoje é o coelho, amanhã é o gato e num destes dias, o raio do animal passa-se dos carretos e ainda faz uma asneira com o mais pequeno. Refiro-me ao meu sobrinho de 4 anos cujo passatempo predilecto é amassar-lhe o focinho até ele uivar, enquanto lhe espeta umas valentes lambadas no costado, auxiliando-se do que estiver mais à mão, que tanto pode ser o estendal da roupa, como o camião blindado que recebeu no último Natal.
Mas quando tentei chamar a atenção para este circo, tive como resposta um: "Deixa estar, eles estão a brincar", seguindo-se daquele olhar, que traduzido significa: "Que é que estás para aí a dar lições de moral se não fazes ideia do que é educar uma criança..."
E é isto. Está dito. Depois não digam que não avisei.
Nota: os nomes dos animais aqui retratados são fictícios para não abusar, ainda mais, da sua integridade.
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