sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A teoria de Pavlov


Serve esta história para mostrar como é que, por vezes, ao pensar que estamos a educar os homens, eles conseguem a proeza de utilizar o conhecimento adquirido e transformá-lo no resultado mais estapafúrdio que conseguirem imaginar. Senão vejamos...

Lá em casa, o meu homem tem apenas destinadas - até ver - duas míseras tarefas: meter a loiça na máquina e estender a roupa. Posso até dizer que as desempenha com bastante perícia, sobretudo se considerarmos que aprendeu rapidamente o sítio certo onde colocar as molas (detalhe que, como sabeis, distingue os bons dos maus estendedores de roupa).

Ora bem, ontem à noite, excepcionalmente, deixei roupa suja dentro da máquina, pois não tinha peças suficientes para a encher. Qual o meu espanto quando, esta manhã, vejo a roupa toda estendidinha, com as molinhas milimetricamente colocadas nas costuras, tal e qual como o ensinei: meinha com meinha, cuequinha, com cuequinha, roupa de cor do avesso e por aí adiante... Tudo estaria perfeito, não fosse dar-se o caso da roupa estar... suja.

Pois isto é revelador de uma descoberta que, estou certa, ficará nos anais da História. Preparadas? Pois é, ficam aqui a saber, em primeiríssima mão, que a teoria de Pavlov também se aplica aos homens. Portanto, neste caso, no lugar de existir uma campainha, para o meu homem, "roupa dentro da máquina" é sinónimo de "roupa a estender rapidamente antes que ela me venha f&%$#" a cabeça". Bem ensinado, sim senhor, não fosse o pequeno pormenor de estar tudo bafiento e cheio de nódoas.  

Por hoje é tudo. Agora vou ali esmerar-me para descobrir uma técnica que o convença a associar "salário ao fim do mês" com "oferecer vales da Zara à minha mulher".

sábado, 10 de setembro de 2011

A Idade da Inocência -Martin Scorcese


A "Idade da Inocência", a história de um homem que se sentiu "enterrado vivo pelo seu próprio futuro". Um drama impressionante com o desempenho brilhante de Daniel Day-Lewis, Michelle Pfeiffer e Winona Ryder. Já está na lista dos meus filmes de vida.

O Tio Patinhas mais generoso do mundo


Há uns dias, tomei consciência da existência deste homem. Falo de Warren Buffet, o mais bem sucedido investidor do mundo, com um enorme talento em multiplicar dinheiro, não fosse ele o 3º homem mais rico do mundo, segundo a revista Forbes, com uma fortuna de 33 mil milhões de euros.

Numa interessantíssima reportagem que li sobre ele - a propósito de ter sido o autor da ideia de impôr uma maior contribuição aos ricos para ajudar o país a sair da crise -, fiquei a saber que, apesar de multimilionário, vive uma vida pacata de um homem de classe média. Não tem motorista e nunca deixou que os filhos assumissem o dinheiro como algo garantido, sendo forreta ao ponto de lhes negar os pedidos que considerava supérfluos.  

Quando tinha 7 anos, na noite de Natal, a família pediu às crianças para se deixarem fotografar com o seu brinquedo predilecto (excelente ideia, by the way) e, já nessa altura, Warren foi buscar o mealheiro.O seu maior sonho era ser rico e concretizou-o aos 32 anos.

Mas esta introdução serve para chegarmos ao que mais me impressionou: em 2006, comprometeu-se a doar 99% da sua riqueza, já que não acredita na riqueza dinástica, chamando aos que nascem em famílias abastadas "membros do clube do esperma feliz". Chegamos agora à declaração que mais me marcou: "dou aos meus filhos o suficiente para que sintam que podem fazer qualquer coisa, mas não tanto que pensem que não precisam fazer nada."

Pelo que vejo por aí, não será esta uma grande lição para os pais de hoje? Quando chegar a minha altura, para mim, será concerteza.