sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Dez coisas que me descontraem

1 - Ver blogues de decoração e afins;
2 - O cheiro da lareira acesa;
3 - Cozinhar domingo à tarde ;
4 - Assistir ao piscar das luzes da árvore de Natal;
5 - A minha casa da aldeia;
6 - Viajar por um bom livro;
7 - Chá;
8- Fotografar;
9 - Acender velas pela casa;
10 - Partilhar a vida com uma boa amiga.

Era...

a modos que assim que gostava de passar o fim-de-semana. Aqui, acho que ia ser feliz.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A angústia do tempo

A minha família há muito que deixou de me perguntar por bebés. Na verdade, só uma ou duas primas é que me falavam nisso,  mas a família mais directa raramente tocou nesse tema. O meu pai tentou abordar, ao de leve, por uma ou duas vezes, mas, além disso, nada mais.

Parece-me que devem pensar que não estou a conseguir e, por isso, não falam no assunto. Estão assim tão perto da verdade, como o Homo Sapiens do iphone 4. Esse tipo de comentários nunca me afectaram, mas há uma pessoa nesta vida que efectivamente tremo quando traz o assunto à conversa e essa pessoa é o meu pai.

No passado fim-de-semana, encontrou uma forma subtil de tentar saber, afinal, o que penso eu sobre a bela da maternidade. Estávamos na garagem e, no meio de alguma confusão, havia berços, colchões e carrinhos de bebé embrulhados. Vai daí, ele avança: "a tua irmã deixou isto para ti, mas como é? Quando vem o teu bebé? Ou posso pensar em vender esta tralha?".

O chão saiu-me dos pés e não tive qualquer resposta. Fiz um silêncio comprometedor e mudei de tema. Mais uma vez, fiquei sem saber o que raio é que ele está a achar de tudo isto e, mais uma vez, depois de me passar repetidamente pela cabeça "abrir-lhe o livro", acabo por reconhecer que esta não é a altura certa para o preocupar, apesar das centenas de vezes que já ensaiei esse momento. Por isso, poupei-o. E ele, quase que a adivinhar que a resposta não é boa de se ouvir, não insiste.

E, assim, cá fico eu a abafar esta angústia e a permitir que a passagem do tempo a faça crescer ainda mais.  Até quando vou ter espaço para a guardar?

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O Carrossel


Descobri hoje que o Freeport tem um Carrossel destes para alegrar a criançada. E é precisamente na segunda parte da frase que surge o problema: aquilo está ali para deleite dos petizes, mas a menina quer muito ir e, de preferência, sem fazer figura de retardada.

Portanto, assim que o vi, depois de procurar - desesperadamente e sem sucesso - um adulto lá montado, dei comigo a delinear a melhor estratégia:

1º- ir durante a semana e à noite, quando aquilo estiver pra fechar.

2º - tenho duas opções:

a) espero que algum pai solteiro mande uma criancinha e ponho-me ao lado dela - sempre a sorrir-lhe para parecer que é minha - e, simultaneamente, vou olhando para os adultos que estão a assisitir com aquele ar de que "só Deus sabe o que uma mãe é capaz de fazer para dar uma alegria a um filho".

b) fazer uns totós, levar um chupa-chupa gigante e subir de joelhos.

Até ver, estou inclinada para a A.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O porta lápis com fecho

Este Natal questionei a minha irmã sobre aquilo que faz falta aos meus sobrinhos, para evitar oferecer-lhes uma prenda que, entre a noite de 24 de Dezembro e as 15h30 de dia 25, deixe de estar na moda, tal como sucedeu nos anos anteriores. Ok, está bem, e também para me facilitar a vida.

Bom, a resposta foi um fato de treino, para um, e um porta-lápis com fechos laterais, para o outro. Até aqui tudo muito bem, não fosse dar-se o caso do dito porta -lápis não se encontrar em lado nenhum.

Esta introdução serve para, como o próprio nome indica, introduzir o diálogo que tive com uma empregada brasileira de 1,30 cm, detentora de um número de neurónios semelhante ao de um robalo congelado há três meses e meio.
Eu - Tem porta-lápis com fechos laterais?
Ela  (sem se mexer, atrás do balcão) - Não tem não.
Olho à volta e encontro cinco diferentes, na prateleira ao lado, com a Hello Kitty a olhar para mim. "Afinal, parece que tem", acrescento, num tom de quem tem um balão em cima da testa a dizer: "Saíste-me mais burra que um pneu". 
Ela (sai do balcão e aproxima-se) - É... parece que tem, né?
Eu (depois de ver 39 euros marcados na etiqueta) - Bolas, mas isto é caríssimo! Não tem mais barato?
Ela - Poxa... É caro memo! Não tem não... Nossa! Esse daí tá muito caro memo...

Pronto. Era só isto.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

E é basicamente assim

... que a minha cabeça tem andado nos últimos dias. 
Se alguém conhece um mago com uma lanterna mágica, mas à séria, agradeço que o traga cá. Prometo recompensa.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Momento de reflexão

"Falar consigo é o mesmo que ter caído num labirinto sem portas. Ora aí está uma excelente definição da vida. Você não é a vida. Sou muito menos complicada que ela". Dá que pensar...

domingo, 30 de outubro de 2011

domingo, 16 de outubro de 2011

O poder das pequenas coisas

Ontem foi a primeira vez que regressei a casa depois de eles terem partido. Pode parecer estranho, mas tinha decidido não ir ao espaço onde eles viveram, só para não deparar com o vazio da sua ausência. Achei que não era capaz de enfrentar aquele pedaço de chão onde, nos últimos 15 anos, me tinha habituado a encontrá-los. Por isso, cobardemente, decidi não ver, talvez por querer alimentar secretamente uma estúpida e infantil esperança de eles ainda ali estarem.

Mas uma chamada do meu pai obrigou-me a abrir a porta e a enfrentar. É nesta altura que vejo, com surpresa, que no lugar da casota estava uma planta viçosa, com folhas verdes, robustas e saudáveis, adornada com um tule da cor do musgo. Naquele preciso momento percebi que, quem quer que o tenha feito, nunca saberá a real importância daquele simples gesto.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

"És o pecado"


Cá em casa não é segredo nenhum que se esta espécie me aparecesse à frente - na versão "com neurónios" -  estava montado o circo.

Oh God!

Sabemos que o nosso homem é um caso perdido quando:

- lhe pedimos para colocar duas cortinas no varão e ele coloca uma para norte e outra para sul (sendo que a do sul fica com a etiqueta à vista, não vá alguém precisar de consultar o modo de lavagem);

- passa pelos sacos do lixo como se fossem acessórios decorativos que combinam lindamente com o tom dos azulejos;

- vai à arca frigorífica e deixa os sacos de congelados abertos, distribuindo postas de pescada pelas gavetas;

- tenta impressionar-te com um crepe aquecido no micro-ondas (depois de repetires 5 vezes o quão feliz serias se alguma vivalma te trouxesse um crepe de chocolate) e esquece-se que o gelo do centro da massa também é suposto descongelar;

- compra 20 pães porque vem um casal dormir a nossa casa daí a 2 dias;

- não distingue coentros de salsa;

E pronto, por hoje acho que é tudo. Estejam atentas. Algo me diz que este post terá muitas adendas.

Por Toutatis!

A partir de hoje estou oficialmente a entrar num período de perigosa calamidade. Acabei de descobrir que o LIDL (a uns míseros 500 metros do meu escritório) tem uma secção de padaria com croissants iguais, mas mesmo iguaizinhos aos franceses. Au secours!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Também pela beleza da mensagem



"O mundo ficou diferente depois de Steve Jobs passar por ele", temos ouvido dizer. Curiosamente, foi ele o génio que nos lembrou que "não era a tecnologia que mudava a nossa vida, mas sim o nascimento dos filhos que nos mostrava a nossa mortalidade".

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Ao Pipoca e ao Manchinha


Eu teria uns 18 anos quando apareceram lá em casa. Duas bolinhas de pêlo côr de mel que mal subiam um degrau. O Pipoca foi o primeiro e dois dias depois chegou o irmão. Não era suposto ficar connosco, mas uma doença súbita e aqueles olhos de quem já nasceu triste fizeram com que não demorasse muito a percebermos que íamos ficar com os dois. Chamámos-lhe Manchinha. 

Tornaram-se cães ansiosos, enérgicos, de tal forma nervosos que levá-los à rua era uma aventura: tivéssemos 20 ou 90 kg, eram sempre eles a passear-nos a nós que, num instante, parecíamos uns fantoches arrastados pela trela. Um espectáculo digno de se ver. 

O tempo passou e essa energia, ano após ano, foi esmorecendo também. Quase sem me aperceber, feitas as contas, já estavam com quase 20 anos na "idade dos homens". As patas deixaram de saltar, a euforia de ir à rua já tinha desaparecido, praticamente não reagiam ao nome e até a comida deixou de ser disputada, como antigamente.

Tal como com os "homens", hoje também chegou a vossa hora, a tal que Saramago descreveu como "impiedosa porque chega, leva e vai-se".

E é aqui deste sofá, a 300 km de distância, que choro a vossa partida como já não me lembro de chorar. Sei que devem estar a ir buscar-vos a qualquer momento e há um lado de mim que queria trazer-vos para casa e fazer de conta que isto não está a acontecer.

Não tive tempo de me despedir. Parece que é melhor assim. Afinal, foram 20 anos a ter-vos junto a nós... praticamente metade da minha vida. E é como se um bocadinho dela fosse embora esta noite também.

Vinte anos depois, é agora a minha hora de estar triste. Resta-me pensar que vão embora durante um sonho breve e sem dor. Chegou a vez de descansarem. Se vocês também têm direito a um lugar no céu, que não fique muito escondido porque um dia vou querer abraçar-vos e dizer: "Estou aqui, meus amores. Vêem? Não vos abandonei."

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Das coisas que eu adoro


E foi esta a surpresa que a minha tia mandou da aldeia. Devo ter comido aí um meio kilo... Só foi pena a Cidália ter afogado o manjericão, caso contrário, eu hoje era uma mulher ainda mais feliz.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A teoria de Pavlov


Serve esta história para mostrar como é que, por vezes, ao pensar que estamos a educar os homens, eles conseguem a proeza de utilizar o conhecimento adquirido e transformá-lo no resultado mais estapafúrdio que conseguirem imaginar. Senão vejamos...

Lá em casa, o meu homem tem apenas destinadas - até ver - duas míseras tarefas: meter a loiça na máquina e estender a roupa. Posso até dizer que as desempenha com bastante perícia, sobretudo se considerarmos que aprendeu rapidamente o sítio certo onde colocar as molas (detalhe que, como sabeis, distingue os bons dos maus estendedores de roupa).

Ora bem, ontem à noite, excepcionalmente, deixei roupa suja dentro da máquina, pois não tinha peças suficientes para a encher. Qual o meu espanto quando, esta manhã, vejo a roupa toda estendidinha, com as molinhas milimetricamente colocadas nas costuras, tal e qual como o ensinei: meinha com meinha, cuequinha, com cuequinha, roupa de cor do avesso e por aí adiante... Tudo estaria perfeito, não fosse dar-se o caso da roupa estar... suja.

Pois isto é revelador de uma descoberta que, estou certa, ficará nos anais da História. Preparadas? Pois é, ficam aqui a saber, em primeiríssima mão, que a teoria de Pavlov também se aplica aos homens. Portanto, neste caso, no lugar de existir uma campainha, para o meu homem, "roupa dentro da máquina" é sinónimo de "roupa a estender rapidamente antes que ela me venha f&%$#" a cabeça". Bem ensinado, sim senhor, não fosse o pequeno pormenor de estar tudo bafiento e cheio de nódoas.  

Por hoje é tudo. Agora vou ali esmerar-me para descobrir uma técnica que o convença a associar "salário ao fim do mês" com "oferecer vales da Zara à minha mulher".

sábado, 10 de setembro de 2011

A Idade da Inocência -Martin Scorcese


A "Idade da Inocência", a história de um homem que se sentiu "enterrado vivo pelo seu próprio futuro". Um drama impressionante com o desempenho brilhante de Daniel Day-Lewis, Michelle Pfeiffer e Winona Ryder. Já está na lista dos meus filmes de vida.

O Tio Patinhas mais generoso do mundo


Há uns dias, tomei consciência da existência deste homem. Falo de Warren Buffet, o mais bem sucedido investidor do mundo, com um enorme talento em multiplicar dinheiro, não fosse ele o 3º homem mais rico do mundo, segundo a revista Forbes, com uma fortuna de 33 mil milhões de euros.

Numa interessantíssima reportagem que li sobre ele - a propósito de ter sido o autor da ideia de impôr uma maior contribuição aos ricos para ajudar o país a sair da crise -, fiquei a saber que, apesar de multimilionário, vive uma vida pacata de um homem de classe média. Não tem motorista e nunca deixou que os filhos assumissem o dinheiro como algo garantido, sendo forreta ao ponto de lhes negar os pedidos que considerava supérfluos.  

Quando tinha 7 anos, na noite de Natal, a família pediu às crianças para se deixarem fotografar com o seu brinquedo predilecto (excelente ideia, by the way) e, já nessa altura, Warren foi buscar o mealheiro.O seu maior sonho era ser rico e concretizou-o aos 32 anos.

Mas esta introdução serve para chegarmos ao que mais me impressionou: em 2006, comprometeu-se a doar 99% da sua riqueza, já que não acredita na riqueza dinástica, chamando aos que nascem em famílias abastadas "membros do clube do esperma feliz". Chegamos agora à declaração que mais me marcou: "dou aos meus filhos o suficiente para que sintam que podem fazer qualquer coisa, mas não tanto que pensem que não precisam fazer nada."

Pelo que vejo por aí, não será esta uma grande lição para os pais de hoje? Quando chegar a minha altura, para mim, será concerteza.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Olá, eu sou a Canonlina


Esta é a minha nova amiga. Está a viver lá em casa há dois dias e trouxe com ela o "Manuel". À primeira vista, o "Manuel" é um pouco mais desinteressante. É pequeno, tem 265 páginas, usa o apelido "de Instruções" e vai ser graças a ele que espero ficar a saber tudo sobre a Canonlina. É linda, não é?

Acho que aqui vou ser feliz.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A minha mais séria lição de vida

Hoje fiquei a saber que, segundo um estudo internacional de uma empresa de recursos humanos, tenho a segunda profissão mais stressante de 2011.Sim, os consultores de comunicação são os profissionais mais stressados, logo a seguir aos pilotos de avião. Ocorreu-me de imediato que se este estudo tivesse sido publicado há uns 6 anos atrás, se calhar a minha vida tinha seguido outro rumo. Eu teria percebido melhor o que me estava a acontecer e ele teria percebido melhor o nó que era minha cabeça. Mas, enfim, águas passadas...

De qualquer forma, este tema serve de pretexto para tocar num outro que para mim é bem mais importante partilhar. Nessa altura, quando eu não tinha tempo para me coçar e a minha cabeça só assimilava 3 tarefas: responsabilidades, prazos e objectivos a cumprir, não tinha vontade, nem prazer de fazer rigorosamente nada. Quando não trabalhava, dormia e quando não dormia, trabalhava. Lembro-me de pensar se seria normal não ter nada que me desse realmente prazer fazer, rigorosamente nada. Não me perguntem como, mas isto durou cerca de 5 anos. E foi por essa altura que perdi o namorado e caí numa depressão.

E é por causa de ter passado por essa experiência que hoje, 6 anos depois, fico imensamente feliz por ter descoberto que sou uma apaixonada por fotografia e que, por isso, perdi a cabeça e apliquei um avolumado orçamento numa máquina com o objectivo de a explorar com vontade e dedicação. Dou por mim a apreciar música, a aprender a sacá-la da net e a passá-la para o ipod, a praticar jogging com garra, a ler livros e blogues com o coração, a apreciar os rostos de quem se cruza comigo no metro, a pensar no quanto amo a minha família, a sentir saudades de amigos, a rir com gargalhadas sentidas, a gostar de cozinhar, a pensar em tirar um curso ou a ficar feliz com o cheiro da terra. Tudo coisas impensáveis nessa fase da minha vida.


Hoje, olho para trás e reconheço que devagarinho recomecei a viver. E é por isso que não há dinheiro que pague uma vida tranquila. Esta foi, talvez, a minha mais séria lição de vida.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Já valeu a pena

Há uns 4 anos atrás (já perdi a conta), vieste morar comigo para Lisboa em busca de um sonho profissional que agora, finalmente, alcançaste. Financeiramente ainda não é compensador, mas já te fez crescer profissionalmente e, só por isso, já valeu a pena. 

Fico contente em saber que não vieste em vão e que o teu valor foi finalmente reconhecido. Resta-me agora aguardar e esperar que tenha um bom impacto na nossa vida como casal, pois ainda não sei bem os reflexos que este novo desafio vai exigir de ti... e de nós. A ver vamos.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

O fio da vida

Já aqui falei do meu avô de 98 anos e da sua absoluta necessidade de se sentir vivo e útil. E para o meu avô, sentir-se útil significa estar no campo, na terra, a semear, a colher ou a lavrar. Tudo conta, desde que seja na terra. Também já aqui falei da tia que tratou de mim em criança.

Esta semana, durante uma manhã em que estavam ambos a colher feno, o peso da idade deu sinal de si e o meu avô, ao conduzir um tractor, atropelou a filha, a minha tia. O resultado foram costelas partidas, fígado e pulmão perfurados.

Não imagino a angústia e o sofrimento que o meu avô sentiu. Não imagino o que lhe terá passado pela cabeça naqueles minutos em que a ambulância não chegava e o desespero que passou.

Mas uma coisa sei: o que ali aconteceu foi um milagre. E hoje, 4 dias depois, agradeço o desfecho. A minha tia está a recuperar e o meu avô vai acabar por ultrapassar o choque. Esta história serve também para nos lembrar a nossa pequenez e fragilidade. Para nos lembrar que temos a vida presa por um fio. Todos os dias, a todas as horas. Que basta um segundo para a nossa existência ser marcada para todo o sempre.

Se existe alguém com uns cordelinhos a comandá-la, obrigada por esta oportunidade. Obrigada por não teres deixado acontecer.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A idade da inocência


Hoje foi um dia em cheio. Passei o fim de tarde com o R. e os meus sobrinhos e acho que ele gostou tanto quanto nós. Fomos à praia, atiraram pedrinhas à água, rebolaram na areia, fizeram castelos, dançaram, pularam, jantaram no MacDonalds e brincaram nos insufláveis. Falamos sobre a vida dos micróbios, sobre o nariz do Pinóquio - que quando mente muito chega a bater na Lua - e sobre os castigos na escola.  Já em casa, foram directos para a banheira. Durante o banho conversamos sobre a importância de lavar bem os dentinhos, dos perigos do facebook, enquanto o Jorgicas contava que descobriu que a pele da pilinha vem para trás.

No final do dia, estava ligado a mim como nunca tinha sentido antes. Pediu-me para o trazer comigo, para o ir ver todos os dias lá a casa e para dormir com ele. Até chorou na hora da despedida. Será que algum dia vai recordar esta tarde? Houve ainda tempo para revelações. Foi precisamente hoje, aos 4 anos de idade, que fiquei a saber que quando for grande quer ser corta-relvas. 

Que bonita que é a inocência.  

sábado, 28 de maio de 2011

A frase mais hilariante que ouvi da boca do meu pai



Conversa sobre se a minha irmã vem ou não almoçar a casa:

Eu - "Vamos esperar mais um pouco e já lhe ligo para saber se vem"
Ele - "Então vou pondo os tomates a descongelar".

Explodi uma gargalhada silenciosa enquanto ele saía porta fora.

Relógios

E vou-me alimentando de histórias como esta (*), para me ir convencendo que não faz mal nenhum que eu não tenha a minha cabeça resolvida sobre o tema "relógio biológico". É bom saber que o milagre do nascimento ainda é possível aos 43 anos. Ui, e só eu sei o descanso mental que esta ideia me traz. Feitas as contas, ainda tenho mais 6 anos pela frente.

O chato desta coisa é que o relógio biológico não avança porque os "ponteiros" da minha cabeça estão cada vez mais desarticulados e confusos. E, para este problema em particular, não há relojoeiro que resolva...

(*) Carla Bruni grávida de Sarkozy (ou de quem quer que seja)

quarta-feira, 25 de maio de 2011

O milhafre

Eu até acho que sou muito à frente, que tenho um espírito muito aberto, descomplexado e, além do mais, até tenho um grande amigo - que adoro -, e que é um gay amoroso, mas, valha-me Deus, o que dirá a mãe deste miúdo acerca deste enlace?

É que mais valia que viesse o milhafre e o levasse juntamente com o Alfredo... 

sábado, 7 de maio de 2011

Nada de especial

Nada de muito importante está a acontecer ou, basicamente, nenhuma grande novidade. Senão vejamos: a minha vida sentimental continua tão serena e tranquila como o epicentro de um tsunami; no trabalho, as próximas duas semanas vão oferecer-me uma carga de nervos descomunal; a minha mãe continua uma peste; eu continuo a sentir-me à deriva, e a minha irmã comprou mais um cão. Nada de surpreendente, portanto. 

Ora então perguntam: o que vieste aqui fazer? Nada de especial. Só vim colocar esta foto. Linda por sinal e capaz de reflectir uma das temáticas que continua a comover-me. 

Ah! Tenho uma novidade: ganhei um Ipod e um computador portátil, portanto, nos próximos tempos, não vale a pena procurarem-me. Estarei na outra margem da lei a fazer downloads ilegais como se não houvesse amanhã. Sempre achei que tenho um bom perfil para ser fotografado com algarismos pretos em baixo. É isso e uma bola preta agarrada ao pé. 

sábado, 16 de abril de 2011

Os animais são nossos amigos

Hoje é o meu primeiro dia de pet sitting, ou melhor, de cat sitting. Balanço: 3 da tarde e desde onde à noite que ainda não comeu, não bebeu, nem mijou. Pelo menos que eu tenha dado por ela...
O objectivo era entregá-lo daqui a uma semana, feliz, mais gordo e a não querer abandonar-me, mas tenho para mim que o resultado vai ser mais próximo à imagem que escolhi para ilustrar este post.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

E quando...

... nos chateamos e amuamos e depois o tempo passa e ficamos de trombas e já não jantamos juntos e ai que já nem olhamos para a cara um do outro, e acabaram-se os telefonemas e os sms, e dormimos de costas voltadas e depois é o autocarro para apanhar, o cliente que quer o impossível, o metro que não chega, o pai que já não consegue ouvir a mãe, o vizinho que acha que a relva está comichosa, o director que não sabe mais o que fazer para não fazer nenhum, o outro director que vai ao wc e sabe Deus como nos aguentamos aqui nas duas horas que se seguem, e quando damos por ela... uff... esquecemo-nos do motivo da discussão. E agora? Como é que vou esgrimir argumentos??

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Uiii...

E num é que hoje conheci um charme de um urulogista? Qual George Clooney, qual quê... O homem era todo ele um charme. Gostei sobretudo da parte em que me explicou como é que devo pôr o creme na uretra. E também quando me sugeriu como é que devo fazer para tomar um comprimido meia-hora antes de ter relações sexuais. E o que devo fazer no caso de serem mais longas do que o costume.

Um must. Afinal a infecção urinária sempre me trouxe alguma coisa de jeito...

domingo, 3 de abril de 2011

Amo, amo!!

E não é que só hoje descobri o nome destas belezuras? Ponham já os semáforos a verde! Deixem passar as peónias! Liiiinnddaassss!!!

Embeiçada

Ao que parece deve estar a acabar um jogo importante, a avaliar pelas montanhas de posts sobre o tema no facebook, pela dedicação que as tv´s deram ao tema e pela euforia do meu companheiro, que salivou o dia inteiro por este momento. Podia viver mais 7 vidas - e só eu sei a gata que sou -, que nunca iria achar piada a isto do futebol.

Enquanto me pareceu que era o único ser à face da terra que não estava atenta a semelhante espectáculo, resolvi ir passear para a blogosfera a ver se alguém me surpreende. E pronto, lá descobri um raio de um gajo que me deixou completamente embeiçada. Juro que se não fosse esta a minha condição, já estava a marcar um encontro. Ai Duarte, Duarte... O que vale é que estas coisas comigo, tão depressa vêm como vão... Já assim foi com o Ricardo Araújo Pereira, com o Nuno Lopes e até com o Bruno Nogueira, imagine-se... não posso ver um homem com graça e que escreva bem. E se ainda por cima for giro, então está tudo fodido. Ai, ai... tivesse eu tanto jeito para arrumar a casa como tenho para me apaixonar, que andava tudo num brinco!

sábado, 26 de março de 2011

The Other Side -Official Teaser#1- A Outra Margem



Esta pérola chama-se "A Outra Margem" e só hoje, por acaso, descobri que existia, 5 anos depois de andar por aí à solta. Não me lembro de ver um filme português tão brilhante e comovente. Tantas lições de vida, diálogos fascinantes, personagens incrivelmente bem construídas, desempenhos surpreendentemente reais. Dei comigo completemente rendida, sem saber com qual das personagens estava mais deslumbrada. Não sei como é que estive tanto tempo sem saber disto. Ri, chorei e quero voltar a ver.

Não admira que o Felipe Duarte e o Tomás de Almeida tenham ganho o Prémio de Melhor Actor no Festival de Cinema do Mundo de Montreal. Parabéns Luis Filipe Rocha. Já soube que o "Adeus pai" também é teu. Vai ser o próximo. Clap! Clap! Clap!

quinta-feira, 24 de março de 2011

Nunca

Li algures, e não sei quem disse, que a palavra "nunca" só se aplica ao verbo desistir. Cada ano que passa na minha vida, estou mais certa disto.

Em criança não suportava o cheiro do café e jurava a pés juntos que nunca beberia. Na adolescência passei a gostar.
Furei as orelhas já tarde e durante anos usei bugigangas. Na fase adulta, fiquei alérgica e nunca mais pude usar.
Nunca tive medo de lugares fechados. Foi preciso chegar aos 36 anos, e passar 15 dias de Agosto em Londres, para me tornar claustrofóbica.
Nunca pensei que pudesse ser possível experienciar uma situação mirabolante que passei na semana passada.
Nunca imaginei que a minha vida incluisse esta ingrata divisão de alma.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Anda tudo ao mesmo

Acabei de ver o trailer de um filme que me pareceu muito interessante em torno do tema "traição". Acho que se chamava "A última noite" e já está marcado na agenda.

Elizabeth Taylor morreu hoje aos 79 anos. Apesar dos 8 casamentos, ao que parece, ela e o Richard Burton nunca deixaram de se amar. Segundo sábias palavras do próprio, antes de morrer: "apesar de separados, nunca nos separamos". Está-se mesmo a ver o par de cangalhos dos outros 7.

Depois do 4º PEC ter sido chumbado no Parlamento, o Sócrates demitiu-se. Traiu o País e fodeu os Portugueses.

Hoje, o motorista do meu autocarro parou repentinamente a carreira no meio da estrada, saiu a voar em direcção ao condutor do carro ao lado, enquanto gritava de punho ao alto: "Olha que a minha mulher não é igual à tua!!!!!" . Para bom entendedor, meia palavra basta.

Eu mesma já tive a testa mais enfeitada que a árvore de Natal do Rockefeller Center na versão "novo-rico".
E é isto. O mundo pula e avança, mas é sempre à volta do mesmo.

domingo, 20 de março de 2011

E pronto...

É só por um dia mas, hoje, sou a mulher mais feliz do mundo.
Calha bem. Parece que chove no Sri Lanka.

sábado, 19 de março de 2011

Das duas uma

E aqueles dias em que temos uma preocupação tão grande, tão grande, que nos consome e não nos sai do pensamento, cujo desfecho vamos saber dentro de algumas horas e sentimos que, depois desse momento, das duas uma: ou nos metemos num buraco sem fim, ou renascemos e a vida parece o lugar mais maravilhoso do mundo. Para mim, esse dia é hoje.

Portanto, dentro de 2 horas, ou sou a mulher mais feliz do universo ou então espero que esteja bom tempo no Sri Lanka.

quinta-feira, 17 de março de 2011

A modos que acagaçada...

Vamos lá a ver se não me meto em sarilhos...Uiii... estou que não me cabe um feijão no rabo...Cada dia que passa é um sufoco.

terça-feira, 8 de março de 2011

Carnaval 2012

Ontem, enquanto assisti aos "Mercado Negro" no Music Box tomei uma decisão importante.
Vai ser assim  que me vou mascarar no Carnaval de 2012. Só falta a carapinha e a tinta para a cara. Roupa já tenho. Algo me diz que vou arrásáaaar.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Isn´t it lovely?


Vou ter um casório dentro de 3 meses e ainda não tenho toilette, mas encontrei esta sugestão que me parece bem catita. Ainda sou gaja para a tentar pôr em prática, mas primeiro há que encontrar o vestido. 

O começo de um flirt

Mais leve, mais fino, e disponível em BRANCO. A modos que a puxar para uma ligeira atracção. Hoje, pela primeira vez, senti-me tentada por isto. Espero pelo 3?

Saudades

Este fim-de-semana estive com o meu avô. Encontrei-o nitidamente mais debilitado e psicologicamente muito desanimado. Para quem não o conhece, o meu avô é um homem tímido que passou por muitas dificuldades na vida e que desde sempre teve como razão de viver o trabalho da terra. Todos o conhecem como um homem de poucas palavras, mas que tinha no trabalho o seu maior prazer. Este senhor de que vos falo tem hoje 98 anos e só muito recentemente, há poucos meses atrás, é que começou a fraquejar e a perceber que os joelhos já não acompanham a mente trabalhadora.

Para um homem que viveu para trabalhar, ficar sentado numa cadeira a ver as horas passar, é uma espécie de morte lenta. E foi assim que o encontrei. Triste por o corpo já não o deixar viver. Triste porque a sua principal razão de ainda aqui estar lhe está a ser retirada, devagarinho e sem qualquer dó. Senti-o a sofrer cada vez que se levantava para ir à casa de banho ou apenas para se levantar e sentar à mesa. "Os joelhos, eu precisava era de algum milagre para os joelhos. Não posso fazer nada, passo os dias a olhar para o relógio a ver as horas passar... se ainda houvesse algo que pudesse fazer..." 

Lastimou-se de uma vida sofredora onde desde os 12 anos não fez mais nada do que trabalhar, à chuva e ao sol, de dia e de madrugada para ajudar a mãe que ainda hoje lhe traz lágrimas ao rosto. Contou-me que passava dias a fio a trabalhar sozinho, porque precisava de sustentar a família. Os amigos chamavam-lhe o "burro sozinho". E comovia-se cada vez que recordava o passado. E eu tremia por dentro enquanto respondia que ele está óptimo, que ainda vai aqui ficar mais uns anos, dava-lhe o exemplo do Manuel de Oliveira que vai fazer 103 e dizia-lhe que ainda vamos festejar muitos aniversários juntos.Contei-lhe que estou a planear fazer uma reportagem fotográfica com ele em Junho, perguntei-lhe se quer ir conhecer alguma cidade, enfim, fiz tudo o que achei que estava ao meu alcance para o animar.

A verdade, é que vim de lá com o coração destroçado e não são poucas as vezes que dou comigo a imaginá-lo sentado naquela sala a ver as horas a passar. Neste momento, esta é a minha maior fonte de angústia. Vê-lo sofrer e a passar o dia a pensar que o tempo se está a esgotar. Que cada dia que passa é menos um dia que o tenho aqui. Já tenho tantas saudades dele...Que existência ingrata, a nossa.  

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Eu vou, eu vou!

Este fim-de-semana vou encher a minha bolsinha dos afectos. O facto de estar longe e saber que não posso estar com quem gosto quando quero, faz-me valorizar estes momentos de forma especial. Vou voltar à minha aldeia, visitar o meu avô, sentir o frio no rosto, ouvir o portão a abrir, o cão a ladrar e abraçar os meus. Sei que eles ficam contentes por me ver, mas nenhum deles imagina o reconforto que esta visita me traz. Isto já ninguém me tira. Isto e o abraço ao meu avô. São estas as coisas simples da vida. E valiosas.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

O tempo dirá

Há uns dias atrás descobri uma fotógrafa muito boa, baratérrima, e resolvi que chegara a hora de pôr em prática uma ideia que já tinha há algum tempo. Vou fazer uma sessão fotográfica com o meu avô.

Este pensamento fez-me lembrar, de imediato, que gostava muito que ele ainda conhecesse o seu/sua bisnetinho/a (que, para já, ainda é só um mero projecto). Infelizmente, não sei se essa minha vontade será concretizável... O tempo não olha para trás e não sei se a "viagem" do meu avô se antecipará à chegada da cegonha... Mas que dava fotos lindas, isso dava...Meu Deus, se és tu que controlas o "check-in", por favor, deixa aqui o meu avozinho mais uns tempinhos, porque ele merece :-).