segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Cinco anos depois


O T. é uma criança adorável cujo crescimento acompanhei, desde o tempo em que era apenas um embrião, e por quem nutri um amor imenso e muito especial. Na verdade, foi a primeira criança que amei como se fosse do meu sangue. Por imposição da vida, fomos forçados a separar-nos, abruptamente, há cerca de 5 anos atrás, quando ele tinha precisamente 5 anos. Foi uma separação difícil e muito dolorosa, não só porque me foi imposta, mas também porque na última vez que o abracei sabia que seria para sempre.

No primeiro aniversário ainda lhe telefonei, mas a dor de o ouvir tão longe e distante impediu-me de voltar a fazê-lo. Esporadicamente vou tendo notícias, sei que está bem e saudável. Poderia ir vê-lo, mas não fui capaz. Não seria um encontro feliz porque a  separação foi devastadora e um possível reencontro traria sentimentos à flor da pele que não estou preparada para viver. Os anos passaram, mas não o suficiente para apagar uma única grama do que sentia por ele. Apesar disso, o meu único contacto nestes últimos 5 anos foi um postal por altura do Natal com uma pequena lembrança da "tata Sandra". Sei que ainda lhe falam de mim, mas desconhecia a real medida das suas recordações.

Hoje, o pequeno T. enviou-me um postal. Cinco anos depois, as suas pequenas e doces letrinhas dizem-me que "tem saudades minhas e que gosta muito, muito de mim". Agora sei que não me esqueceu. Cinco anos depois, confirmo que ainda não estou preparada para este reencontro. 

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