quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A lei da vida

Por razões que não vale a pena aqui enumerar - pois, até ao momento, não há uma vivalma que passe por aqui as pestanas -, a relação entre mim e a minha mãe é praticamente inexistente. Talvez também por isso tenho um laço especial com o meu pai, que se estreitou ainda mais já na fase adulta.
Ontem, pela primeira vez, esqueceu-se do meu aniversário. Falamos sobre isso uns dias antes e eu, naquela altura, suspeitei que isto fosse acontecer. O meu avô tinha uma consulta no mesmo dia e aquilo pareceu-me já demasiada areia para a cabeça dele. Nos últimos tempos, tenho notado que a memória já lhe começa a falhar e sobretudo com as "minhas coisas" acho que a situação piora. Quero acreditar que é porque não lhe dou preocupações e que será essa a razão pela qual ele desvaloriza as minhas histórias. O que quer que seja, dou comigo a pensar que daqui para a frente as coisas não vão ser melhores. E quando assim penso, há uma coisa de que tenho a certeza: não vou estar preparada.

Por outro lado, tive a minha sobrinha de 7 anos a cantar-me os parabéns ao telefone. Fiz um esforço para guardar na memória o som daquela voz de menina, pois sei que vai desaparecer num piscar de olhos.
Parece que é esta a lei da vida.

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